Saúde

Segundo Levantamento, a Obesidade no Brasil só Aumenta


O aumento da obesidade só aumenta no Brasil entre jovens de 18 a 24 anos, segundo um extenso levantamento nacional divulgado nos últimos dias. O grande problema relacionado está ligado à combinação entre uma alimentação inadequada e o sedentárismo, segundo o Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia).

A pesquisa contou com a colaboração de 9.000 pessoas participando, sendo todas das diversas regiões do Brasil. Os dados foram coletados entre os dias 2 de janeiro e 18 de abril via telefone. Em 2022, 9% dessa mesma população tinha índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/cm², classificado como obesidade. Já em 2023, esse percentual aumentou para 17,1%.

É possível afirmar que mais da metade da população brasileira (56,8%) está com excesso de peso corporal, ou seja, uma grande parcela de pessoas com sobrepeso e com obesidade. São indivíduos com IMC igual ou acima de 25kg/cm². O índice chega a 68,5% com idades entre 45 e 54 anos e a 40,3% entre os mais jovens, com 18 a 24 anos.

A constante prática de atividade física é fundamental para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Os dados demonstram que apenas 31,5% dos brasileiros realizam pelo menos 150 minutos de atividade física com intensidade moderada e/ou alta, por semana recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Foi possível identificar diferenças significativas desses dado pelos recortes de sexo, idade e escolaridade. Segundo o levantamento, 34,8% dos homens são fisicamente ativos, enquanto entre as mulheres o índice é menor, apenas 28,3%.

Cerca de 48% das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) são fisicamente ativas, mais que o dobro dos menos escolarizados (0 a 8 anos de estudo), grupo em que apenas 20,9% são ativos. A pesquisa relata que a porcentagem fica mais ou menos em 18,9% nos maiores de 65 anos, os menos ativos, e 37,9% entre os jovens de 25 a 34 anos, sendo os que mais praticam atividade física no tempo livre.

Segundo Pedro Hallal, Professor da Universidade Federal de Pelotas e um dos coordenadores do Covitel, “os baixos níveis de atividade física da população brasileira preocupam muito. A inatividade física causa mais de 5 milhões de mortes por ano no mundo. Políticas públicas de promoção da atividade física são urgentes em todo o território nacional”.

A obesidade e o excesso de peso estão relacionadas com questões de saúde e causas multifatoriais de doenças, o que destaca o envolvimento dos setores da sociedade com o objetivo de minimizar os impactos desse problema.

Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), alerta “A obesidade e o sobrepeso na infância nos preocupam de forma especial, pois, quanto mais precoce o aparecimento, maior risco do acúmulo de comorbidades e maior exposição à essas comorbidades durante a vida. O que leva a múltiplas complicações associadas à doença como o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, doença cardiovascular, aparecimento de alguns tipos de cânceres, além do risco de morte precoce e impacto sobre qualidade de vida”.

Tanto o sobrepeso quanto a obesidade estão relacionados com o acúmulo excessivo de gordura corporal. A obesidade é um fator de risco para outras enfermidades, como: doenças cardiovasculares, diabetes tipo II, hipertensão e tipos de câncer.

Um problema de saúde que causa problemas multifatoriais e complexos, o sobrepeso e a obesidade precisam ser tratados considerando os contextos sociais e econômicos que envolvem cada indivíduo nessa situação.

Segundo o médico-cirurgião Leonardo Emilio, professor adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) “O tratamento da obesidade deve ser feito com uma equipe multidisciplinar. Em linhas gerais, o tratamento farmacológico é adjuvante e inicia-se na prevenção secundária para impedir a progressão da doença para um estágio mais grave e prevenir complicações, sempre com uma abordagem terapêutica individualizada”.

Algumas medidas devem ser adotadas, a fim de contribuir com o excesso de peso, ou seja, tirando o foco total só da perda de peso, e introduzir hábitos que contribuem para melhora da saúde e qualidade de vida, como uma alimentação equilibrada e saudável, a pratica regular de atividade física, dar a devida importância e cuidado ao lado emocional, ou seja, incluir estratégias factíveis com a realidade de cada indivíduo.

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