Saúde

DF Registra Aumento nos Doadores de Medula Óssea em 2024


O Distrito Federal registrou 1.639 novos doadores de medula óssea no primeiro semestre de 2024, um aumento em relação ao mesmo período de 2023, quando 1.319 pessoas haviam se inscrito no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Em todo o Brasil, o número de novos cadastros no Redome chegou a 74.677 nos primeiros seis meses de 2024, superando os 58.308 cadastros realizados no ano anterior.

Além disso, o Redome viabilizou 224 transplantes com doadores não aparentados para pacientes brasileiros até junho de 2024, e enviou 46 produtos de doadores para o exterior. Em 2023, foram realizados 369 transplantes e exportados 100 produtos de doadores brasileiros. Esses números mostram a importância do cadastro de doadores e o impacto positivo que as doações podem ter na vida de pacientes que dependem de um transplante de medula óssea.

No Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, celebrado em 21 de setembro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a solidariedade envolvida nesse processo: “Ao fortalecer o cadastro de doadores, o SUS amplia suas possibilidades de oferecer um tratamento eficaz e gratuito a quem precisa, garantindo acesso à saúde de qualidade para todos. A colaboração da população nesse processo é essencial, pois cada doador registrado pode ser a cura para muitos”.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para a maioria dos pacientes, a única alternativa é o transplante de medula óssea com doadores não aparentados, pois a chance de compatibilidade entre irmãos é de apenas 25%. A probabilidade de encontrar um doador compatível é maior quando as duas partes são do mesmo país. Quando não há doadores disponíveis no Brasil, as alternativas podem ser encontradas em registros internacionais.

Um exemplo de solidariedade é o de Arthur Colares, um estudante de 21 anos de Teófilo Otoni (MG), que se cadastrou no Redome em abril de 2023 e foi chamado para doar medula óssea quatro meses depois. Ele descreve a experiência de doação como rápida e sem complicações, após passar por exames iniciais e o procedimento em Santa Catarina.

Atualmente, cerca de 65 a 70% dos transplantes realizados no Brasil com doadores não aparentados utilizam doações brasileiras, o que demonstra o sucesso do Redome, que é o terceiro maior registro de doadores de medula óssea do mundo, com 5,7 milhões de pessoas cadastradas ao longo de 30 anos de existência.

Danielle Oliveira, chefe do Redome, destacou a importância do Dia Mundial do Doador de Medula Óssea como uma oportunidade para celebrar a solidariedade internacional e lembrar a importância dos registros. Ela reforça que o sucesso do Redome está na diversidade de seus doadores, vindos de todas as regiões do Brasil, o que aumenta as chances de compatibilidade.

Investimentos no Sistema de Transplantes

O Ministério da Saúde tem investido continuamente no fortalecimento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em 2023, foram repassados mais de R$ 1,3 bilhão para financiar procedimentos de doação e transplante pelo SUS. Até junho de 2024, foram investidos R$ 718 milhões em atendimentos, além de R$ 46 milhões destinados ao funcionamento das centrais de transplantes e organizações de procura de órgãos.

Como se cadastrar no Redome

Pessoas entre 18 e 35 anos podem se cadastrar como doadores de medula óssea em qualquer hemocentro público do Brasil. O Redome também desenvolveu um aplicativo que facilita o pré-cadastro e permite acompanhar as etapas do processo, além de gerar carteirinhas e atualizações de dados. Essas informações são essenciais para garantir que os doadores possam ser localizados rapidamente, caso sejam compatíveis com um paciente em necessidade de transplante.

A importância de aumentar o número de doadores é destacada por Arthur Colares, que afirma: “Poder doar é sobre estar dentro dos requisitos e não sobre a rotina diária de trabalho ou estudos. As campanhas são essenciais porque conscientizam a população sobre a importância da doação e sempre levam mais pessoas a se cadastrarem”.

Com a contínua expansão do número de doadores e o fortalecimento das políticas públicas de transplantes, o Redome segue como uma das principais redes de solidariedade do mundo, ajudando a salvar vidas dentro e fora do Brasil.

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