Dengue em Idosos: Um Alerta para a Vulnerabilidade e Riscos Crescentes
A dengue emerge como uma ameaça cada vez mais séria para a população idosa, com um preocupante total de 2.395 casos registrados no Distrito Federal apenas no primeiro mês de 2024. O panorama epidemiológico revela que a faixa etária de 70 a 79 anos lidera em incidência, enfrentando não apenas a propensão à infecção, mas também a falta de elegibilidade para a vacinação, o que agrava a gravidade da doença.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a incidência de casos prováveis de dengue atinge 605 por 100 mil habitantes nesse grupo específico. A coordenadora de Atenção Primária à Saúde (APS) da SES-DF, Sandra Araújo, ressalta que os idosos apresentam um índice de mortalidade mais elevado devido à maior fragilidade imunológica, tornando a evolução da doença mais grave. A médica Lívia Teixeira Neves, Responsável Técnica Distrital (RTD) de Geriatria, destaca ainda que essa faixa etária enfrenta até 12 vezes mais risco de mortalidade pela dengue, conforme indicam estudos.
O desafio é agravado pela ausência de autorização para a vacinação de idosos. Inicialmente, a vacina contra a dengue está direcionada a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, apesar do alto índice de hospitalização observado nos idosos. A geriatra alerta para a necessidade de atenção aos sintomas, incluindo febre alta, sangramento de mucosas, vômitos persistentes e outros indicativos de formas graves da doença.
Neste ano, a presença de um novo vírus, conhecido como tipo 2, acrescenta uma camada de complexidade ao cenário. Pacientes, como a aposentada Iva Laguna, relatam sintomas persistentes por meses após a infecção, evidenciando os desafios pós-dengue. A inflamação desencadeada pela picada do mosquito contribui para essa persistência de sintomas.
A geriatra da SES-DF, ao orientar os idosos, destaca a importância das medidas de proteção, incluindo o uso de repelentes, telas mosquiteiras e vestimentas adequadas. Recomendações específicas para a aplicação segura de repelentes são fornecidas, considerando faixa etária e frequência.
Em um contexto em que a prevenção é fundamental, a atenção à saúde dos idosos se torna crucial. O alerta é claro: diante de sintomas suspeitos, a busca imediata por assistência médica é essencial para diagnóstico preciso e tratamento adequado. A automedicação é desencorajada, especialmente diante da complexidade da evolução da dengue.
O combate à dengue entre os idosos não apenas demanda estratégias específicas de saúde pública, mas também destaca a necessidade urgente de expandir a vacinação para essa faixa etária vulnerável.