Saúde

Censo: Brasileiras Adiam a Maternidade e Têm Menos Filhos

O Censo Demográfico 2022 – Fecundidade e Migração, divulgado nesta sexta-feira (27) pelo IBGE, confirma que as brasileiras estão postergando cada vez mais o primeiro filho e reduzindo o número de descendentes. O levantamento também revela o avanço do grupo de mulheres sem filhos.

Queda histórica da fecundidade
Na década de 1960, cada mulher brasileira tinha, em média, 6,28 filhos. Em 2022, essa taxa despencou para 1,55 – patamar semelhante ao de países desenvolvidos. Pesquisadores associam essa mudança à maior escolaridade feminina e à participação crescente das mulheres no mercado de trabalho.

Ritmo desigual entre regiões
• Sul e Sudeste lideraram a redução, especialmente entre as famílias de renda mais alta e com melhor nível de instrução.
• Norte e Nordeste passaram a registrar quedas mais recentemente; o Nordeste, porém, acelerou o declínio na última década, distanciando-se do Norte.
• O Centro-Oeste seguiu tendência semelhante, mas com atraso em relação às demais regiões.

Primeiro filho mais tarde
A idade média ao ter filhos passou de 26,3 anos (2000) para 28,1 anos (2022). O Distrito Federal apresenta a média mais elevada (29,3 anos), enquanto o Pará tem a menor (26,8). Entre 15 e 19 anos, a proporção de partos caiu de 15,6 % para 11,4 %, embora ainda seja considerada alta.

Mais mulheres sem filhos
Desde 2000, a fatia de mulheres que não tiveram filhos subiu de 10,0 % para 16,2 %. O Rio de Janeiro lidera (21,0 %) e o Tocantins registra a menor proporção (11,8 %).

Diferenças por raça, escolaridade e religião

  • Raça/cor: indígenas (2,48 filhos) > pardas (1,68) > pretas (1,59) > brancas (1,35) > amarelas (1,22). Mulheres brancas são as que mais postergam a maternidade (29 anos).
  • Escolaridade: sem instrução ou ensino fundamental incompleto – 2,01 filhos e média de 26,7 anos para o primeiro parto; ensino superior completo – 1,19 filho e primeira maternidade aos 30,7 anos.
  • Religião: somente mulheres evangélicas superam a média nacional (1,74 filho). Em seguida vêm católicas (1,49), sem religião (1,47), outras denominações (1,39), umbandistas/candomblecistas (1,25) e espíritas (1,01).

Os dados reforçam o envelhecimento da maternidade e a redução contínua do tamanho das famílias no Brasil, influenciados por fatores socioeconômicos, culturais e regionais.

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