Restrição Calórica e Alterações Hormonais: Riscos para Mulheres e Homens
A restrição calórica intensa, quando não supervisionada por profissionais de saúde, pode levar a alterações hormonais significativas em ambos os sexos. O corpo, percebendo uma escassez de energia, reduz a produção de hormônios ligados à reprodução e ao metabolismo, em um mecanismo de proteção natural. Essa adaptação pode ter consequências importantes para a saúde física, mental e reprodutiva.
Efeitos em mulheres: amenorreia hipotalâmica
Um dos efeitos mais conhecidos da restrição calórica extrema em mulheres é a amenorreia hipotalâmica, caracterizada pela ausência de menstruação devido à redução da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Isso ocorre porque a diminuição da ingestão calórica e a perda de gordura corporal suficiente sinalizam ao organismo que o corpo não está em condições ideais para sustentar uma gravidez.
Principais consequências:
• Ausência ou irregularidade menstrual — ausência de ovulação regular e risco de infertilidade temporária.
• Alterações ósseas — menor produção de estrogênio aumenta o risco de osteopenia e osteoporose.
• Impactos metabólicos — fadiga, diminuição da massa muscular, queda de energia e alterações no metabolismo basal.
• Alterações psicológicas — maior risco de ansiedade, depressão e alterações no humor, frequentemente associadas à desregulação hormonal.
Efeitos em homens: baixa libido e alteração da testosterona
Em homens, a restrição calórica severa também afeta o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, levando à redução da produção de testosterona e, consequentemente, à diminuição da libido e da função sexual. Outros efeitos incluem:
• Redução de massa muscular e aumento de fadiga.
• Alterações na composição corporal, com maior perda de massa magra em comparação à gordura corporal.
• Impactos psicológicos, como irritabilidade, falta de motivação e dificuldades de concentração.
Por que isso acontece
O corpo humano interpreta a restrição calórica severa como uma situação de estresse e risco de sobrevivência. Para economizar energia, funções não essenciais à sobrevivência imediata — como reprodução e manutenção da massa muscular — são reduzidas. Assim, hormônios sexuais, tireoidianos e outros reguladores metabólicos sofrem alterações significativas.
Cuidados e recomendações
1. Evitar dietas extremamente restritivas sem supervisão profissional — a perda de peso saudável deve ser gradual e planejada.
2. Manter equilíbrio nutricional — calorias suficientes para o metabolismo basal, com vitaminas, minerais e macronutrientes adequados.
3. Acompanhamento médico e nutricional — endocrinologistas e nutricionistas podem monitorar alterações hormonais, densidade óssea e composição corporal.
4. Reavaliar hábitos de exercícios físicos intensos — quando combinados com restrição calórica, podem agravar os efeitos hormonais negativos.
5. Atentar para sinais de alerta — ausência de menstruação por mais de três ciclos, queda de libido, fadiga excessiva ou alterações de humor devem ser avaliadas imediatamente por profissional de saúde.
A restrição calórica severa pode prejudicar gravemente a saúde hormonal, levando à amenorreia em mulheres e à baixa libido em homens, entre outros efeitos. O equilíbrio entre dieta, atividade física e bem-estar é fundamental para manter a função hormonal, a fertilidade, a saúde óssea e a qualidade de vida. A perda de peso deve sempre ser orientada de forma individualizada e monitorada por profissionais qualificados.
