OMS libera leite de vaca para bebês de 6 a 11 meses
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou suas diretrizes sobre alimentação complementar para essa faixa etária, diferenciando-se das orientações anteriores de sociedades médicas, que preconizavam apenas fórmulas.
A lista de produtos lácteos aprovados pela OMS para crianças de 6 a 11 meses inclui leite integral pasteurizado, leite reconstituído evaporado (excluindo o condensado) e produtos como leite fermentado e iogurte natural.
O documento ressalta a segurança de alimentar as crianças com leite de vaca integral pasteurizado, além do uso de fórmulas, nesse período. Contudo, após completarem um ano de idade, as fórmulas ou preparados lácteos não são mais recomendados, sendo preferível o consumo de leite de origem animal.
Estas novas diretrizes substituem orientações anteriores da OMS datadas de 2003 e 2005, abrangendo desde a amamentação até a introdução de diferentes alimentos, como o leite de vaca, considerando restrições apenas para certos grupos, como crianças prematuras, de baixo peso ao nascer ou com condições de saúde específicas.
A OMS destaca a importância crucial dos primeiros dois anos de vida no crescimento físico e cognitivo das crianças. A inadequação nutricional nessa fase pode resultar em desnutrição, que pode se manifestar tanto na forma de subnutrição (atraso no crescimento e magreza) quanto de supernutrição (sobrepeso e obesidade).
Evidências demonstram que a má alimentação na infância está associada a riscos como morbidades, mortalidade, impacto no neurodesenvolvimento, além de efeitos a longo prazo no desempenho intelectual, saúde reprodutiva, problemas cardiovasculares e distúrbios autoimunes.
Outras recomendações do novo documento englobam:
- Estímulo à amamentação até, pelo menos, os dois anos de idade;
- Introdução de alimentos complementares a partir dos seis meses, com exceções para situações que demandem início mais precoce;
- Promoção de uma dieta variada para crianças de 6 a 23 meses;
- Restrição de alimentos ricos em açúcar, sal, gorduras trans, adoçantes e bebidas açucaradas nessa faixa etária;
- Limitação do consumo de suco de fruta natural;
- Possibilidade de indicação de suplementos nutricionais e alimentos fortificados para essas crianças;
- Estímulo à alimentação responsiva das crianças, adaptando-se às suas necessidades individuais.