Saúde

Óleo de Cozinha Comum no Brasil Pode Estar Associado a Tipos Agressivos de Câncer

O óleo vegetal, amplamente utilizado nas cozinhas brasileiras, principalmente os de soja, milho e girassol, voltou ao centro de uma importante discussão científica e de saúde pública. Estudos recentes vêm apontando uma possível relação entre o consumo excessivo e frequente desses óleos refinados e o aumento do risco de desenvolvimento de tipos agressivos de câncer, incluindo câncer de mama, próstata e cólon.

Segundo especialistas em nutrição e oncologia, o perigo está principalmente na composição e na forma como esses óleos são processados e utilizados no preparo dos alimentos.

Processamento e oxidação: o que torna o óleo um risco?

O óleo vegetal refinado passa por um processo industrial de alta temperatura, que remove impurezas, mas também elimina nutrientes importantes. Esse processo gera subprodutos oxidativos, como aldeídos tóxicos, especialmente quando o óleo é reutilizado em altas temperaturas, prática comum em frituras.

Além disso, esses óleos são ricos em ácidos graxos poli-insaturados do tipo ômega-6. Embora esse nutriente seja essencial em pequenas quantidades, seu consumo desequilibrado em relação ao ômega-3 tem sido relacionado a processos inflamatórios crônicos — uma condição que, segundo a literatura científica, pode favorecer o surgimento e a progressão de células tumorais.

Especialista alerta para consumo consciente

A nutricionista funcional e especialista em saúde preventiva, Dra. Marina Lacerda, reforça que o uso rotineiro de óleos refinados merece atenção. “O problema não está apenas no tipo de óleo, mas na frequência, quantidade e forma como ele é utilizado. Quando submetido a altas temperaturas, como na fritura, ele gera compostos pró-inflamatórios e potencialmente cancerígenos. Esses compostos podem, com o tempo, contribuir para alterações celulares e favorecer o desenvolvimento de cânceres agressivos”, explica.

Ela recomenda priorizar métodos de preparo que utilizem pouca ou nenhuma gordura aquecida, como assados, cozidos ou preparados no vapor. E, quando o uso de óleo for necessário, o ideal é optar por versões prensadas a frio e com menor concentração de ômega-6, como azeite de oliva extravirgem ou óleo de coco em preparações de baixa temperatura.

Substituições mais saudáveis

Para reduzir os riscos associados ao uso excessivo de óleos refinados, especialistas orientam a adoção de alternativas mais seguras no dia a dia:
• Azeite de oliva extravirgem: ideal para uso em saladas ou em preparos rápidos a baixa temperatura.
• Óleo de abacate: possui ponto de fumaça alto e é menos suscetível à oxidação.
• Ghee ou manteiga clarificada: opções estáveis para cozimentos leves.
• Evitar a reutilização de óleo em frituras, prática comum que potencializa a formação de compostos tóxicos.

Embora o óleo vegetal refinado continue sendo amplamente utilizado por sua praticidade e baixo custo, é fundamental repensar seu papel na alimentação diária. A adoção de hábitos mais conscientes e o uso de alternativas mais naturais e estáveis ao calor podem contribuir significativamente para a prevenção de doenças crônicas, incluindo o câncer.

A saúde começa pela cozinha, e pequenas escolhas, feitas com informação, podem trazer grandes impactos no bem-estar a longo prazo.

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