Herpes-zóster: A Doença que Afeta Milhões de Brasileiros Anualmente
O herpes-zóster, conhecido popularmente como “cobreiro”, é uma infecção viral causada pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora. Estima-se que mais de 1 milhão de casos de herpes-zóster sejam registrados no Brasil anualmente, afetando principalmente pessoas acima de 50 anos, mas podendo surgir em qualquer idade.
Causa e sintomas da doença
Após a infecção inicial por varicela (catapora), o vírus permanece latente no sistema nervoso e pode se reativar anos depois, geralmente devido a uma queda na imunidade. Quando isso ocorre, manifesta-se como herpes-zóster, uma condição dolorosa caracterizada por erupções cutâneas em forma de bolhas, normalmente em uma faixa ou lado do corpo.
Os sintomas iniciais incluem dor e sensação de queimação na área afetada, seguidos pelo surgimento de manchas vermelhas e bolhas. Em alguns casos, a dor pode persistir mesmo após a cura das lesões, um quadro conhecido como neuralgia pós-herpética, que é um dos principais temores relacionados à doença.
Crescimento dos casos e grupos de risco
De acordo com o Ministério da Saúde, há um aumento significativo dos casos de herpes-zóster em pessoas com mais de 60 anos, grupo que representa cerca de 50% dos pacientes diagnosticados com a doença. Especialistas atribuem esse crescimento à expectativa de vida mais longa e ao enfraquecimento natural do sistema imunológico com o passar dos anos. Além disso, pessoas que passam por tratamentos médicos como quimioterapia, ou que convivem com condições que enfraquecem o sistema imunológico, como o HIV, também estão em maior risco.
Estudos recentes apontam que uma em cada três pessoas terá herpes-zóster em algum momento da vida. A doença afeta mais frequentemente adultos acima dos 50 anos, mas também é observada em jovens que passaram por episódios de estresse extremo ou doenças debilitantes.
Impacto da vacina no Brasil
Atualmente, as vacinas contra o herpes-zóster, conhecidas como Zostavax e Shingrix, não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser encontradas apenas em serviços privados de vacinação. Essas vacinas apresentam diferenças em sua composição e eficácia. Enquanto a Zostavax é uma vacina de vírus vivo atenuado, a Shingrix é uma vacina recombinante, que oferece uma proteção mais elevada e duradoura contra a doença, sendo recomendada principalmente para pessoas acima dos 50 anos.
O custo dessas vacinas pode variar de acordo com o laboratório que as oferece, o que muitas vezes limita o acesso, especialmente para a população mais idosa e de baixa renda. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda a vacinação em adultos com mais de 50 anos, especialmente aqueles que apresentam condições que comprometam o sistema imunológico, devido à maior vulnerabilidade a complicações graves, como a neuralgia pós-herpética.
Mesmo sem cobertura pelo SUS, a vacina é vista como uma ferramenta crucial para reduzir a incidência da doença e suas complicações. Por isso, especialistas defendem a ampliação da oferta vacinal no Brasil, a fim de proteger de forma mais abrangente a população vulnerável.
Prevenção e tratamento
Para além da vacinação, especialistas recomendam manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e gerenciamento do estresse, para manter o sistema imunológico fortalecido.
O tratamento para herpes-zóster inclui o uso de antivirais, como aciclovir e valaciclovir, que são mais eficazes quando administrados nas primeiras 72 horas após o surgimento dos sintomas. Em casos de dor intensa, o uso de analgésicos e, em situações mais graves, medicamentos anticonvulsivantes ou antidepressivos são recomendados para aliviar a dor neuropática.