DF Acelera Atendimento Oncológico com Programa que Reorganiza a Rede e Prioriza Pacientes Com Câncer
Com o objetivo de oferecer um atendimento mais ágil, coordenado e humanizado a pacientes com câncer, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou o programa “O câncer não espera. O GDF também não”. A iniciativa, sob responsabilidade da Secretaria de Saúde (SES-DF), promove uma reestruturação abrangente dos serviços de oncologia na rede pública, ampliando o acesso a consultas, exames, diagnóstico e tratamento.
Durante participação no programa CB.Poder — parceria entre a TV Brasília e o jornal Correio Braziliense — o secretário de Saúde, Juracy Lacerda, explicou que a proposta surgiu da urgência em reduzir o tempo de espera enfrentado por pacientes oncológicos. Segundo ele, foi desenhada uma nova linha de cuidado, com fluxo específico, que percorre desde a Atenção Primária até a alta hospitalar. A grande mudança está na criação de uma fila única e prioritária, que concentra os encaminhamentos e evita que os pacientes oncológicos fiquem dispersos em filas gerais para realização de exames e procedimentos.
“Agora, o paciente com diagnóstico confirmado entra numa linha preferencial, com pacotes de atendimento que agilizam os encaminhamentos e o início do tratamento. Isso reduz significativamente o tempo de espera e melhora o prognóstico”, destacou Lacerda.
O programa teve início na segunda-feira (14), com 48 pacientes já agendados e 23 iniciando tratamento. Ainda nesta semana, mais 40 pessoas serão contatadas pela equipe de saúde. A expectativa é alcançar 1.383 novos tratamentos oncológicos no DF em um período de três meses.
Entre as ações adotadas, destaca-se a ampliação do atendimento em radioterapia, que agora funciona em dois turnos, além do aumento de 50% no número de vagas para esse procedimento. Também foram expandidas as consultas médicas especializadas. Um cartão de identificação foi criado para que o paciente oncológico tenha prioridade na triagem e seja inserido diretamente nesse novo fluxo assistencial, gerenciado pela Central de Regulação Unificada.
A jornada do paciente passa a incluir triagem especializada, indicação de exames complementares, início do tratamento ativo (como cirurgia, radioterapia ou quimioterapia) e seguimento clínico. A comunicação direta com os pacientes que aguardam atendimento também foi reforçada, com ligações telefônicas realizadas pela equipe de saúde.
Para reforçar a capacidade de resposta, o GDF também credenciou unidades da rede privada, ampliando para oito o número de centros habilitados a prestar assistência oncológica. Esse credenciamento, iniciado em maio, já mobilizou mais de R$ 14 milhões em investimentos públicos.
Os primeiros resultados da reestruturação já aparecem: de março a julho, a fila de espera para tratamento oncológico caiu de 1.519 para 1.084 pessoas. Na oncologia, a redução foi de 25% (de 889 para 669 pacientes) e, na radioterapia, de 34% (de 630 para 415). O tempo médio de espera também diminuiu: de 74 para 51 dias na oncologia (queda de 31%) e de 54 para 30 dias na radioterapia (queda de 44%).
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Distrito Federal deve registrar 8.831 novos casos de câncer entre 2023 e 2025 — número que chega a 10.367 quando considerada a Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride). Os tipos mais comuns são câncer de mama, cólon e reto e colo do útero entre mulheres; e próstata, cólon e reto, além de pulmão entre os homens.
“O aumento da expectativa de vida está associado à maior incidência de câncer, o que exige políticas públicas robustas e dinâmicas. Estamos investindo também em estratégias de prevenção e rastreamento precoce, pois um diagnóstico feito em tempo oportuno aumenta muito as chances de cura”, concluiu o secretário Juracy Lacerda.
Além da reorganização da assistência, a SES-DF anunciou a implementação de painéis de monitoramento em tempo real para acompanhar a linha de cuidado e garantir maior eficiência e transparência nas ações da saúde pública oncológica.
Fonte: SES-DF