Saúde

Desabastecimento de Vacinas Atinge 11 Estados e o Distrito Federal

Um levantamento realizado junto às secretarias estaduais de Saúde revelou que onze estados brasileiros e o Distrito Federal enfrentam falta de vacinas essenciais, incluindo imunizantes contra a Covid-19, meningite, pneumonia, HPV, sarampo, caxumba e rubéola. Os estados afetados são Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Embora alguns estados, como Acre, Maranhão e Rio de Janeiro, tenham registrado desabastecimento ao longo de 2024, afirmaram ter normalizado a situação. Já Bahia, Ceará e Espírito Santo negaram enfrentar problemas de abastecimento. No entanto, nove estados (Alagoas, Amapá, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe) não responderam ao levantamento.

Paralelamente, o Ministério da Saúde foi alvo de críticas após a incineração de 10,9 milhões de doses de vacinas vencidas, incluindo imunizantes contra a Covid-19. Atualmente, outros 12 milhões de doses vencidas aguardam descarte. Apesar dessas informações, o Ministério negou a falta de vacinas, o que contraria os dados fornecidos pelas secretarias estaduais.

Das unidades federativas que reportaram desabastecimento, onze relataram falta da vacina contra varicela, com exceção de São Paulo. O Distrito Federal utiliza a tetraviral, que protege contra varicela, sarampo, caxumba e rubéola, mas também enfrenta problemas de disponibilidade. Em estados como o Paraná, há carência de vacinas contra a Covid-19 para crianças, e seis estados, além do Distrito Federal, estão sem o imunizante contra a febre amarela. A vacina contra o HPV, fundamental na prevenção de alguns tipos de câncer, também está em falta em locais como o Distrito Federal, Pará e Tocantins, que não têm substituição no Sistema Único de Saúde (SUS).

O problema se estende a outras vacinas importantes, como a tríplice bacteriana (DTP), que está ausente em cinco estados e no DF, sendo substituída pela pentavalente em Goiás e na capital federal. Vacinas como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a dTpa acelular, recomendada para grupos específicos, também estão em falta em algumas regiões.

Segundo o governo do Pará, a falta de vacinas contra varicela, febre amarela e HPV deve-se a “problemas com o fornecedor”. Nenhuma unidade federativa informou previsão de reposição dos imunizantes faltantes. Alguns estados relataram desabastecimentos pontuais, como o Rio de Janeiro, que conseguiu mitigar o problema com substituições. No Amazonas, a espera por novas remessas é mencionada sem detalhes sobre quais vacinas estão ausentes.

A falta de vacinas no Brasil não só dificulta o combate a doenças preveníveis, mas também compromete as metas de cobertura vacinal, que deveriam alcançar de 90% a 95% da população para garantir a proteção coletiva. Especialistas apontam que o desabastecimento de imunizantes prejudica os índices de vacinação, já abalados pela desinformação e pelo medo de possíveis efeitos adversos, e pedem uma resposta coordenada para assegurar a disponibilidade dos imunizantes em todo o território nacional.

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