Brasil Registra Aumento de Casos de HIV e Caem Mortes por AIDS; DF Segue Tendência
Um recente boletim divulgado pelo Ministério da Saúde revela uma realidade preocupante no combate ao HIV/AIDS no Brasil. Embora o número de mortes relacionadas à AIDS tenha caído, os casos de HIV têm registrado aumento nos últimos anos, indicando falhas na prevenção e diagnóstico precoce. No Distrito Federal (DF), a tendência nacional se confirma, reforçando a necessidade de intensificar ações educativas e preventivas na região.
Dados do Boletim
De acordo com o relatório, o Brasil registrou um aumento de 10% nos diagnósticos de HIV nos últimos cinco anos, enquanto as mortes por AIDS caíram cerca de 15% no mesmo período, reflexo dos avanços no tratamento antirretroviral. No DF, o cenário é semelhante: os novos casos de HIV têm crescido, especialmente entre jovens de 20 a 34 anos, público que representa cerca de 50% das notificações locais.
Fatores que impulsionam o aumento de casos
O aumento dos casos de HIV está associado a fatores como:
1. Relaxamento nas práticas preventivas: A diminuição do uso de preservativos, especialmente em relações casuais, é apontada como um dos principais motivos.
2. Desinformação: Muitos jovens ainda desconhecem os riscos de infecção e as formas de prevenção.
3. Diagnóstico tardio: Apesar do aumento da testagem, muitas pessoas descobrem o HIV em fases avançadas, o que dificulta o controle da transmissão.
4. Estigmatização: O preconceito em torno da doença continua a ser um obstáculo para o diagnóstico precoce e o tratamento.
Cenário no DF
No Distrito Federal, o número de casos de HIV em 2023 foi 12% maior do que o registrado em 2022. O dado preocupa, especialmente diante da alta concentração de jovens e populações vulneráveis na região. Entretanto, o DF apresenta uma das melhores coberturas de tratamento do país, com cerca de 85% das pessoas diagnosticadas em acompanhamento regular.
O acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP) também tem avançado, mas ainda enfrenta desafios, como a baixa procura por parte de grupos em risco.
Queda nas mortes por AIDS
A redução nas mortes por AIDS é uma conquista atribuída ao acesso ampliado ao tratamento antirretroviral, que está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O uso desses medicamentos permite que pessoas vivendo com HIV tenham uma qualidade de vida próxima ao normal e reduzam a carga viral, tornando o vírus indetectável e, consequentemente, intransmissível.
No DF, a taxa de mortalidade por AIDS caiu 20% na última década, resultado de campanhas de conscientização sobre a importância do tratamento e da adesão ao acompanhamento médico.
Ações necessárias
Para reverter o aumento dos casos de HIV no DF e no Brasil, especialistas defendem:
• Fortalecer campanhas de conscientização, com foco no público jovem e em populações vulneráveis.
• Ampliar a distribuição e o incentivo ao uso de preservativos.
• Expandir o acesso à PrEP e à testagem rápida, incluindo ações itinerantes para alcançar áreas remotas.
• Reduzir o estigma, promovendo diálogo aberto e acolhedor sobre o tema.
Como se prevenir e tratar
• Uso de preservativos: É a principal barreira contra a transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
• PrEP: Medicamento preventivo indicado para pessoas em maior risco de exposição ao vírus.
• Testagem regular: Disponível gratuitamente no SUS, permite diagnóstico precoce e início imediato do tratamento.
• Tratamento antirretroviral: Essencial para quem vive com HIV, garantindo qualidade de vida e reduzindo o risco de transmissão.
O aumento de casos de HIV reforça a necessidade de ações contínuas e integradas entre governo, sociedade civil e serviços de saúde. No DF, a mobilização deve se intensificar, especialmente entre os jovens, para evitar que os avanços no combate à AIDS sejam ofuscados pelo crescimento das infecções por HIV.