Saúde

Baxdrostat: A Possível Revolução no Tratamento da Pressão Alta

Um novo medicamento experimental tem mostrado potencial no tratamento da pressão alta resistente, um dos maiores desafios atuais da cardiologia. O baxdrostat, desenvolvido pela AstraZeneca, apresentou resultados promissores em estudo clínico recente, oferecendo uma alternativa para pessoas que não respondem bem às terapias tradicionais. Caso seja aprovado pelos órgãos reguladores, poderá representar uma das primeiras abordagens inovadoras em décadas contra a hipertensão.

O estudo contou com 800 adultos que, mesmo em uso de dois ou mais medicamentos há pelo menos quatro semanas, mantinham a pressão elevada entre 140 e 170 mm Hg na leitura sistólica. Os participantes foram divididos em grupos que receberam 1 mg, 2 mg ou placebo, sempre em conjunto com os remédios que já utilizavam. Após 12 semanas, cerca de 40% dos pacientes que tomaram o baxdrostat atingiram níveis considerados saudáveis de pressão arterial, contra menos de 20% dos que receberam placebo.

A redução da pressão sistólica chegou a 9–10 mm Hg a mais entre os que usaram o medicamento, diferença considerada clinicamente significativa para reduzir riscos cardiovasculares. Isso se deve ao fato de que a hipertensão, quando não controlada, força o coração e os vasos sanguíneos a trabalharem de forma excessiva, podendo causar lesões graves que aumentam as chances de infarto, derrame, demência vascular e problemas cognitivos.

A inovação do baxdrostat está em sua ação sobre a aldosterona, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que regula sal e água no organismo. Quando produzido em excesso, favorece retenção de líquidos, elevação da pressão e danos ao coração e rins. Ao bloquear a ação desse hormônio, o medicamento atua de maneira diferente dos fármacos já disponíveis no mercado, que incluem diuréticos, vasodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da ECA e antagonistas da angiotensina II.

Os efeitos colaterais observados foram em geral leves, com raros casos de alterações nos níveis de potássio e sódio. Esse perfil sugere boa tolerabilidade em comparação com algumas opções já existentes, que frequentemente provocam tontura, inchaço, fadiga ou alterações no ritmo cardíaco.

A hipertensão é considerada a principal causa de morte evitável no mundo, já que está diretamente ligada a doenças cardiovasculares. Quase metade dos adultos apresenta valores acima do ideal e cerca de 10% sofre de hipertensão resistente, mesmo sob tratamento com três ou mais medicamentos. A chegada de um fármaco como o baxdrostat pode ampliar significativamente as possibilidades terapêuticas, principalmente em casos graves.

A expectativa é que os próximos estudos avaliem a eficácia em longo prazo e ajudem a identificar quais perfis de pacientes respondem melhor ao tratamento. Se os resultados se confirmarem, o baxdrostat poderá se tornar peça-chave no combate à hipertensão de difícil controle.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *