Baixa Adesão à Vacina da Dengue no DF e Cuidados com a Chegada das Chuvas
A campanha de vacinação contra a dengue no Distrito Federal, direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, enfrenta baixa adesão. Dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) apontam que, até 29 de setembro, apenas 40,2% receberam a primeira dose e 14% completaram o esquema com a segunda dose. Esses números estão distantes da meta de 90% estipulada pela pasta, que reforça a necessidade de as crianças completarem a vacinação para aumentar a proteção antes da próxima sazonalidade da doença. Cerca de 40 mil doses ainda estão disponíveis nos pontos de vacinação da capital federal.
A SES-DF destaca que, apesar de a procura pela segunda dose estar em andamento, 63,58% daqueles que receberam a primeira ainda não retornaram para completar o esquema vacinal. A cobertura vacinal entre os adolescentes varia, sendo maior na faixa etária de 10 anos, com 61,7%, e menor entre os de 14 anos, com apenas 28,3%. A vacinação contra a dengue no DF teve início com os jovens de 10 e 11 anos e é realizada durante todo o ano. É importante lembrar que a aplicação da vacina requer um intervalo de 90 dias entre as doses e, caso a pessoa tenha contraído dengue, deve-se aguardar seis meses para começar a imunização.
A vacina é uma das principais ferramentas do Sistema Único de Saúde (SUS) para o controle e prevenção da dengue, que causa sintomas como febre alta, dor no corpo, nas articulações, atrás dos olhos, além de manchas vermelhas e cansaço. Embora o tratamento seja voltado para o alívio dos sintomas, com antitérmicos e ingestão de líquidos, a vacinação ajuda a prevenir casos graves e hospitalizações.
Com a chegada das chuvas, o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, aumenta significativamente. Após 166 dias de seca recorde, Brasília começou a receber chuvas, o que gera preocupação com o aumento dos focos do mosquito. O governador Ibaneis Rocha fez um alerta nas redes sociais, destacando a importância de eliminar locais de acúmulo de água em casas e apartamentos, como vasos de plantas e calhas, além de vedar caixas d’água e usar repelente.
Além do risco de proliferação da dengue, as chuvas trazem outras preocupações, como acidentes de trânsito. Ibaneis Rocha também destacou a necessidade de os motoristas tomarem cuidado nas ruas, reduzindo a velocidade e mantendo uma maior distância entre os veículos. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) recomenda revisão dos pneus, freios e faróis, além do uso contínuo do limpador de para-brisas em caso de chuvas fortes. Em situações de alagamento, é aconselhado esperar a água baixar para atravessar e evitar manobras bruscas para não perder o controle do veículo.
Para minimizar os impactos das chuvas, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem adotado medidas preventivas. A Secretaria de Obras do Distrito Federal (SODF) informou que está ampliando a rede de drenagem em regiões críticas, como Vicente Pires, Sol Nascente e Park Sul. Além disso, foram construídos 30 quilômetros de novas redes de drenagem apenas em 2024. A limpeza das bocas de lobo também faz parte das medidas para evitar alagamentos, que podem ocorrer com o aumento das chuvas.
A população em situação de rua também recebe atenção especial durante este período. A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) disponibiliza Centros Pop na Asa Sul e em Taguatinga, que oferecem refeições, banho e abrigo. Além disso, os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) oferecem atendimento socioassistencial, e está em fase final um edital para aumentar em 2 mil as vagas de acolhimento institucional no DF, incluindo a modalidade de pernoite, inédita na capital.
A chegada das chuvas está prevista para toda a semana, com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitindo alerta de tempestade para o DF, que pode incluir ventanias, raios e granizo. Há riscos de alagamentos, cortes de energia e quedas de árvores em algumas regiões. As temperaturas seguirão elevadas, variando entre 29ºC e 32ºC, e a umidade do ar deve melhorar, oscilando entre 30% e 50%. As autoridades reforçam a importância de manter os cuidados tanto com a prevenção da dengue quanto com a segurança no trânsito durante este período.
