Alimentos Ultraprocessados Estão Entre os Mais Consumidos pelos Brasileiros
Os alimentos ultraprocessados, conhecidos por serem ricos em açúcares, gorduras e aditivos químicos, têm se tornado uma parcela crescente da dieta dos brasileiros. De acordo com estudos recentes, esses produtos – que incluem biscoitos, salgadinhos, refrigerantes, embutidos e refeições prontas – já representam mais de 50% das calorias consumidas diariamente em algumas faixas da população.
O que são ultraprocessados?
Ultraprocessados são alimentos industrializados que passam por diversas etapas de processamento e contêm ingredientes que não encontramos em receitas caseiras, como conservantes, corantes e realçadores de sabor. Esses produtos são projetados para ter longa durabilidade, sabor marcante e alta praticidade, mas são nutricionalmente pobres e podem prejudicar a saúde.
O consumo elevado de ultraprocessados está diretamente associado a uma série de problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), esses alimentos contribuem para o aumento das chamadas “doenças crônicas não transmissíveis”, que já são a principal causa de mortes no Brasil.
Além disso, estudos apontam que dietas ricas em ultraprocessados podem afetar a saúde mental, aumentando o risco de depressão e ansiedade, devido à baixa qualidade nutricional e à presença de compostos inflamatórios.
A rotina acelerada dos brasileiros tem impulsionado o consumo desses alimentos, que são práticos e acessíveis. Porém, o baixo custo dos ultraprocessados é um reflexo de ingredientes de qualidade inferior, como gorduras hidrogenadas e xaropes de glicose.
“Os ultraprocessados são muito convenientes, mas é importante que a população tenha consciência dos riscos que eles trazem para a saúde. Escolher alimentos minimamente processados ou in natura pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida”, alerta a nutricionista Juliana Cardoso.
Para reduzir o consumo de ultraprocessados, especialistas recomendam priorizar alimentos frescos, como frutas, legumes, verduras, grãos e proteínas naturais. Planejar as refeições, preparar alimentos em casa e evitar bebidas açucaradas são estratégias simples para melhorar a dieta.
A adoção de rótulos mais claros, como o uso de alertas frontais sobre os níveis de açúcar, sódio e gorduras, também é uma medida que vem sendo debatida por órgãos de saúde para ajudar os consumidores a fazer escolhas mais conscientes.
A reversão desse quadro exige esforços conjuntos entre governo, sociedade e indústria. Políticas públicas voltadas à educação alimentar, subsídios para alimentos saudáveis e maior regulação da publicidade infantil de ultraprocessados são passos fundamentais para promover uma alimentação equilibrada e proteger a saúde da população brasileira.
Ao buscar alternativas mais saudáveis, os brasileiros podem não apenas melhorar sua qualidade de vida, mas também reduzir os gastos com saúde a longo prazo, criando uma sociedade mais saudável e consciente.