Nova Diretriz Reforça: Obesidade é Fator de Risco e Precisa ser Tratada como Doença Crônica
A obesidade deixou de ser apenas uma questão estética para ganhar, mais uma vez, reconhecimento oficial como um importante fator de risco para diversas doenças. Em uma nova diretriz publicada recentemente, especialistas brasileiros reforçam que a condição deve ser tratada como uma doença crônica, exigindo cuidado contínuo e atenção especializada por parte dos serviços de saúde.
A publicação da Diretriz Brasileira de Obesidade, elaborada por entidades como a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), atualiza protocolos de diagnóstico, tratamento e acompanhamento da obesidade no país.
Um problema de saúde pública
A obesidade é hoje considerada uma epidemia global. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde mostram que 1 em cada 4 adultos está com obesidade. Além disso, o excesso de peso atinge mais da metade da população. A condição está diretamente associada a um risco aumentado de desenvolver:
• Doenças cardiovasculares
• Diabetes tipo 2
• Hipertensão
• Apneia do sono
• Certos tipos de câncer
• Problemas osteoarticulares e metabólicos
A nova diretriz destaca que o manejo da obesidade não pode se limitar à orientação de “comer menos e se exercitar mais”. É preciso considerar fatores genéticos, emocionais, sociais, ambientais e até hormonais que influenciam o ganho de peso.
Diagnóstico e tratamento com abordagem ampliada
A avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) continua sendo um critério importante, mas os especialistas chamam atenção para a necessidade de uma análise mais abrangente, incluindo circunferência abdominal, histórico de saúde, hábitos de vida e presença de comorbidades.
O tratamento proposto inclui:
• Mudanças no estilo de vida, com apoio nutricional e psicológico
• Atividade física regular e orientada
• Tratamento medicamentoso, quando necessário
• Cirurgia bariátrica, indicada apenas em casos específicos, com critérios bem definidos
A diretriz também orienta os profissionais de saúde a adotarem uma postura livre de estigmas e preconceitos com pessoas com obesidade, promovendo cuidado baseado em evidências e respeito.
Prevenção desde a infância
A obesidade infantil é outro ponto de alerta. O documento enfatiza a importância de políticas públicas que promovam hábitos alimentares saudáveis desde a primeira infância, incentivo à amamentação, redução do consumo de ultraprocessados e estímulo à prática de atividades físicas nas escolas.
Obesidade é uma condição tratável — e merece cuidado contínuo
Reconhecer a obesidade como uma doença crônica e complexa é um passo fundamental para oferecer tratamentos mais eficazes, reduzir os riscos associados e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A nova diretriz brasileira reforça esse olhar ampliado, que vai muito além da balança.