Redução de Peso na Meia-Idade está Ligada a Menor Risco de Infarto, AVC e Câncer
Todo o empenho investido na redução de peso durante a meia-idade pode resultar em uma vida mais longa e saudável, conforme indica uma nova pesquisa divulgada nesta terça-feira (27) no JAMA Network Open.
De acordo com o estudo, uma perda de peso estável de cerca de 6,5% do peso corporal — sem o uso de medicamentos ou intervenções cirúrgicas — entre pessoas de meia-idade está associada a ganhos significativos em saúde no longo prazo. O autor principal, Timo Strandberg, professor de medicina geriátrica da Universidade de Helsinki, na Finlândia, destaca que entre os benefícios estão a diminuição do risco de doenças crônicas e da mortalidade por todas as causas.
A pesquisa utilizou dados de aproximadamente 23 mil indivíduos, organizados em três coortes distintas, observadas em diferentes períodos: de 1985 a 1988, de 1964 a 1973 e de 2000 a 2013.
Os participantes foram classificados conforme seu índice de massa corporal (IMC) inicial e analisados de acordo com a variação de peso — se aumentaram, reduziram ou mantiveram o peso —, sendo esses dados comparados com registros posteriores de internações hospitalares e óbitos.
Os resultados apontaram que aqueles que conseguiram emagrecer durante a meia-idade apresentaram menor probabilidade de desenvolver doenças como infarto, AVC, câncer, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) nas décadas seguintes. Além disso, a perda de peso esteve relacionada a uma menor taxa de mortalidade geral nos 35 anos após a observação inicial.
Vale destacar que a maior parte dos dados foi coletada em uma época anterior à popularização de medicamentos e cirurgias bariátricas, o que sugere que os efeitos positivos observados se deram, principalmente, graças a mudanças no estilo de vida — como alimentação saudável e prática de atividades físicas, conforme ressaltou Strandberg.
Segundo Aayush Visaria, pesquisador clínico e futuro professor da Escola de Medicina Robert Wood Johnson, da Universidade Rutgers (Nova Jersey), que não participou do estudo, a pesquisa é relevante justamente por trazer evidências mais robustas sobre a conexão entre emagrecimento e redução de doenças cardiovasculares e da mortalidade — uma relação que ainda carecia de estudos mais aprofundados.