Pesquisa: Melanoma Cutâneo deve Crescer 50% até 2040
Mais de 80% dos diagnósticos de melanoma cutâneo registrados em 2022 no mundo foram associados à exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo pesquisadores da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados constam em um estudo publicado na última terça-feira (27) no International Journal of Cancer.
Embora represente apenas cerca de 4% dos tumores malignos de pele, o melanoma é o tipo mais agressivo, com alto potencial de gerar metástases — ou seja, de se disseminar para outras partes do corpo. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima quase nove mil novos casos desse tipo de câncer a cada ano.
A exposição frequente e prolongada aos raios UV já é reconhecida como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do melanoma. O novo levantamento da Iarc aprimorou as estimativas anteriores utilizando dados do Global Cancer Observatory, reforçando a ligação direta entre o câncer e a radiação solar.
De acordo com os resultados, 83% dos casos diagnosticados globalmente em 2022 foram atribuídos à exposição à radiação ultravioleta. Destes, 57% ocorreram em homens, e a maior incidência foi observada entre pessoas de pele clara e em faixas etárias mais avançadas.
As regiões com as maiores proporções de melanoma causadas pela radiação UV foram Austrália, Nova Zelândia, países do norte da Europa e América do Norte, onde mais de 95% dos casos estão ligados à exposição solar.
Apesar da redução nas taxas de incidência entre os mais jovens, as projeções apontam um aumento expressivo no total de diagnósticos nas próximas décadas devido ao envelhecimento da população e ao crescimento populacional. Estima-se que, até 2040, o número de casos de melanoma ultrapasse os 510 mil, com 96 mil mortes previstas — um crescimento de 50% nos diagnósticos e de 68% nas mortes, comparado aos dados de 2022, quando foram registrados 331.700 casos e 58.700 óbitos em todo o mundo.