Fitness

Neurologista: Atividade física é Essencial no Tratamento do Parkinson

Durante participação no programa CNN Sinais Vitais, apresentado pelo médico Roberto Kalil, a neurologista Sara Casagrande, do Hospital das Clínicas, reforçou a importância da atividade física como parte fundamental do tratamento da Doença de Parkinson. Segundo a especialista, os exercícios físicos são hoje considerados a única intervenção com comprovado efeito neuroprotetor, ou seja, capaz de proteger os neurônios e retardar a progressão da doença.
“Antes mesmo de pensarmos em tratamentos avançados, a atividade física é o único recurso que tem impacto direto na neuroproteção dos pacientes”, destacou a médica, apontando a prática como elemento central na estratégia de cuidado com pessoas diagnosticadas com Parkinson — e também como medida preventiva para quem tem histórico familiar ou fatores de risco.

Movimento é vida

Casagrande explicou que as recomendações de atividade física para pacientes com Parkinson seguem padrões similares aos indicados na cardiologia, com foco em movimentação regular, frequência cardíaca elevada e fortalecimento físico. “É muito parecido com a recomendação hoje da cardiologia. O exercício melhora não só a parte motora, mas também a saúde cognitiva e emocional do paciente”, afirmou.
Estudos recentes vêm confirmando que a atividade física pode reduzir sintomas motores, como rigidez e lentidão, e ajudar no controle de sintomas não motores, como depressão e distúrbios do sono — condições frequentes entre pacientes com Parkinson.

Tratamento multidisciplinar

Além dos exercícios físicos, a neurologista ressaltou a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da doença. Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico são componentes fundamentais no cuidado contínuo.
“Hoje vemos pacientes com Parkinson levando vidas ativas e produtivas. Temos casos de jornalistas, pilotos de avião e outros profissionais que convivem com a doença de forma controlada”, afirmou Casagrande. Ela também chamou atenção para os avanços no tratamento medicamentoso, que, combinados com estratégias de reabilitação, oferecem uma nova perspectiva aos pacientes.

Modernização e qualidade de vida

Apesar de medicamentos como a levodopa — amplamente usada há mais de 50 anos — continuarem sendo parte do tratamento, novas combinações farmacológicas e terapias complementares estão melhorando significativamente a qualidade de vida de quem vive com Parkinson.
A mensagem da especialista é clara: o diagnóstico da doença não significa o fim de uma vida ativa. Com acompanhamento médico, comprometimento com a atividade física e suporte multidisciplinar, é possível controlar os sintomas e manter a autonomia por muitos anos.

O que é o Parkinson?

A Doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa progressiva, caracterizada pela perda de células que produzem dopamina no cérebro. Os principais sintomas incluem tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações no equilíbrio. Embora não tenha cura, a doença pode ser tratada e controlada com estratégias personalizadas.


A fala da neurologista Sara Casagrande reforça uma tendência já consolidada entre os especialistas: atividade física não é apenas recomendada — é terapêutica. A movimentação diária, aliada a um tratamento multidisciplinar, pode transformar o enfrentamento do Parkinson e devolver qualidade de vida a milhares de pessoas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *