OMS Alerta para Risco de Câncer Relacionado ao Consumo de Álcool e DF é Destaque
O consumo de álcool, uma prática culturalmente difundida em várias partes do mundo, está associado a uma série de riscos graves à saúde, incluindo o aumento da incidência de diversos tipos de câncer. De acordo com um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em junho, o álcool é responsável por aproximadamente 2,6 milhões de mortes anuais em todo o mundo. Desse total, os homens representam quase 75% das mortes, evidenciando uma preocupação significativa com a saúde pública.
O relatório da OMS revela que o álcool é um fator contribuinte para uma em cada 20 mortes globais, associando-se a acidentes de trânsito, dependência química, doenças cardiovasculares, cirrose hepática e, de forma alarmante, ao câncer. A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) classifica o álcool como cancerígeno, aumentando o risco de desenvolver cânceres no estômago, esôfago, fígado e outros órgãos.
No Brasil, os dados são igualmente preocupantes. De acordo com o Boletim Epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), um em cada quatro indivíduos na região apresentou consumo abusivo de bebidas alcoólicas no último ano. Com 25,7% da população consumindo álcool em excesso, o Distrito Federal ocupa a segunda posição no ranking nacional, atrás apenas de Salvador, onde 28,9% da população relatou consumo excessivo.
Gustavo Ribas, chefe de Oncologia Clínica da SES-DF, ressalta a importância desses dados para a formulação de políticas públicas eficazes. “Esses dados são vitais para entendermos como o consumo de álcool afeta não apenas a mortalidade, mas também a qualidade de vida e os encargos sobre o sistema público de saúde”, afirma Ribas. Ele alerta que o álcool, além de afetar o sistema nervoso central, tem efeitos tóxicos nos sistemas digestivo e cardiovascular, e atua como imunossupressor, aumentando a vulnerabilidade a doenças infecciosas, como tuberculose e HIV.
Embora o relatório da OMS indique uma leve redução no consumo global de álcool e nos danos associados desde 2010, as consequências sociais e os impactos sobre os sistemas de saúde continuam elevados. Populações jovens são particularmente afetadas, com 13% das mortes relacionadas ao álcool ocorrendo entre indivíduos de 20 a 39 anos.
Diante desse cenário, Ribas destaca a necessidade urgente de políticas públicas que não apenas conscientizem a população sobre os riscos do consumo de álcool, mas que também ofereçam suporte às populações mais vulneráveis. “Qualquer consumo de álcool está associado a riscos de curto e longo prazo à saúde, tornando difícil a definição de limites seguros para seu consumo. Precisamos de políticas que reduzam os impactos do álcool sobre a saúde global”, conclui Ribas.
Para aqueles que buscam ajuda, a Secretaria de Saúde do DF disponibiliza o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD), que oferece atendimento contínuo, incluindo nos feriados e finais de semana. O serviço é voltado para pessoas com mais de 16 anos que sofrem com o uso nocivo e dependência de álcool e outras drogas. Além disso, a SES-DF mantém uma parceria com o grupo Alcoólicos Anônimos (AA), que opera em diversas unidades do DF, oferecendo suporte essencial para aqueles que lutam contra a dependência.
Para mais informações sobre o apoio oferecido pelo Caps AD, clique aqui.